18 de dezembro de 2011

Poesia do Algo Mais.

Preciso escrever algo...ou falar com alguém...ou não.

As palavras vem surgindo, de forma disfarçada, mas elas vem, de um lugar, ou de lugar nenhum. Uma névoa se forma, procuro entender de onde elas vêm, e apenas sei que nascem nos pensamentos, e eles, os pensamentos, querendo me provar que estou aqui, que existo.

Não importa o existir, importa como existimos, como ouvi de um velho ditado "não importa que caminho trilhar, importa como irá trilha-lo".

Me sinto agora, pequeno, confuso, como se a porta estivesse aberta, com todas as respostas logo após ela, mas não consigo atravessa-la, pois tenho medo do que vou ver.

Tudo está mudando agora.e prefiro nem ler o que acabo de escrever, mas sei que têm algo pra nascer agora, há algo surgindo.
Realmente, amigo, não importa se sabemos o que acontece no universo, só sabemos que algo acontece. isso basta. mas não pra mim, que vivo procurando respostas em tudo e em todos. vivo procurando ver a face de Deus, e entender seus conceitos, como se houvessem regras a serem seguidas. mas no fundo eu sei que nada disso existe ou que importa. não mais, não agora, depois de tudo que vivi.
agora estou caído e não posso mais voltar
cheguei ao fundo de mim mesmo, no mais negro e profundo abismo de minha consciência, e não sei que rumo seguir, pois não há luz, não há mais um caminho, nada mais tem de acontecer, talvez o silêncio possa me dizer algo, mas nem mesmo ele está aqui
ou em qualquer lugar, só sei que nada tenho, e que queria estar em algum lugar, mas não existem lugares, não existe dor e nem sofrimento, tão pouco alegria, prazer ou felicidade.

E nossas existências, são como as notas de uma canção, que tocam, sem ritmo, pelas linhas do universo e um grande instrumentista tentasse nos tocar, nos fazer existir, mas a sintonia não está afinada, e ele trabalha com todo seu amor para afinar, mas está além disso, o criador, que morre a cada momento com sua música, sabe que no momento que terminar sua canção, nada mais importará, que não haverão sonhos, que sua obra será mais perfeita que sua criatividade, que nada mais irá superá-la, que ele irá amá-la e odiá-la, pra depois querer se esquecer dela e nunca ter existido, tentará até silenciá-la, mas somente ele ouve a canção, somente ele a entende, somente ele vê seu choro pelas suas vibrações. ele pode ouvi-la, mas não pode tocá-la, e nem sua música poderá tocá-lo pois não tem mãos, não tem olhos, não tem emoções e nem coração. Ela não pode amá-lo. mas é a obra perfeita.

E este som, passa por entre as folhas caídas das árvores, por onde caminho, não consigo entender. Mas não vou explicar o que há lá. Não pode ser explicado. Não deve ser compreendido, e nem era pra estar ali. Limitação, minha mente. è limitada minha consciência, e não posso mais falar, pois em nada vai resultar, pois está força, está além do pensamento ou da existência. Diria um sentimento mais profundo, ou algo que está além de qualquer fronteira que o homem pudesse ter inventado um dia.


(O aptº é apertado, o aluguel é caro, a comida é ruim, as roupas estão sujas em um canto. Há algumas pinturas na parede, uns papeis rabiscados em cima da mesa, meia garrafa de uísque, restos de cigarro num cinzeiro. Uma música toca  num radinho de pilha, minha vida está uma droga, mas continuo seguindo.
Há uma guerra lá fora, e quando olho pela janela, vejo prédios cinzas, muitos carros na rua, e nenhuma esperança, mas ainda sei que existe um lugar melhor - Cena de BattleStar Galáctica com personagem Kara Thrace "StarBuck". Adaptado por Thiago Cresley.)

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