8 de agosto de 2011

Capítulo 5 - O julgamento nosso de cada dia.

Hoje aprendi algo que me lembrarei sempre, e gostaria de compartilhar com vocês. Aprendi sobre o julgar as pessoas, coisas e tudo mais que possamos definir, interpretar, absorver informação.

Julgar as coisas é uma das tarefas mais realizadas em nosso dia a dia, e saber medir esse julgamento é o que menos sabemos fazer. Quando olhamos para alguém, ou ouvimos alguma coisa, interpretamos as informações recebidas com as informações que já tínhamos, aquelas adquiridas com toda a carga da nossa cultura.

As informações a que recorremos no momento de julgar são variadas, podendo ser a conduta que aprendemos em casa, princípios, valores, ética, etc. Portanto, é baseado no que já sabemos é que
julgamos se isso ou aquilo é bom ou mal, se é bonito ou feio, se é útil ou não, e por ai vai.

Antes todo o julgamento que fazemos ficasse somente nos objetos, mas acabamos por estendê-lo as pessoas, e é onde mora o perigo, o preconceito e sofrimento.Mas há dois fatores que devem ser analisados antes de julgarmos, neste caso citarei um exemplo que aconteceu comigo hoje:

Um mulher me procurou para desabafar seus problemas, dizendo-se vítima das atitudes de um homem, mas ela não entrou em detalhes, apenas disse que o tal homem a fazia sofrer muito, e que ele havia cometido um crime.
Depois de muito reclamar e se esquivar de todos os conselhos possíveis que eu pudesse dar, acabei chegando a uma conclusão e então disse a ela:
Minha querida, existem dois tipo de visão: O exterior e o interior. Na visão exterior nós vemos as coisas e a julgamos através de nossos cinco sentidos, fazemos cálculos imperceptíveis, tiramos nossas conclusões e a fortaleza de nossa certeza está montada.
Na visão interior é quando vemos as coisas com os sentimentos, e então podemos julgar completamente. Mas, então te pergunto "Quem de nós pode entender com o coração ou com a mente o que o outro sente?" "Como podemos saber o que motivou o outro ser a cometer essa ou aquela atitude?" "Estamos em seu coração para sentirmos?"

A resposta é clara: Não. Nós não podemos saber como o outro se sente em relação as coisas, nós não sabemos como ele interpreta as informações que recebe desde criança, não podemos invadir seus sentimentos e dizer se é culpado ou não.

As pessoas estão tão preocupadas com o que os outros pensam e julgam, que se esquecem de conhecer a si mesmas, esquecem de investigar a fundo cada um de seus pensamentos e definições. Então como é que arrumamos tempo para saber o que o outro sente?

Há quem diga que somente os elementos externos é que influenciam quando vamos julgar algo, mas já repararam que somos uma espécie pensante que age de acordo com os sentimentos e sonhos? Se agimos com nossa vontade individual, pensante, impregnada de desejos, sonhos e personificações, como é possível julgar sem entender toda essa individualização personificada do ser a ser julgado?

Um antigo mestre disse: Não julgueis para não serdes julgados. Enfim, não julgues à ninguém. Está é a proposta.

Sem julgamento, não há dor, não há o que definir. Julgar é se prender ao passado, é sofrer ainda mais.
Como vamos exigir justiça se nem ao menos sabemos lhe dar com nossas emoções? É justo isto? Não precisa responder, porque não há o que tenha de ser julgado. Tudo isso, essa história de vítima e de réu é uma invenção boba de uma humanidade voraz por atacar, possuir, controlar, e tudo isso por medo de descobrir quem realmente é. Talvez seja medo de ser feliz, e de descobrir que seus iguais sejam tão infelizes quanto se está sendo, e que parte disso talvez você mesmo tenha causado. Mas não há culpa. Não há dor. Há julgo somente nos olhos daquele que quer ver.

A realidade dos fatos é única e exclusivamente sua, uma vez que acredite que isso ou aquilo seja injusto, então isto ou aquilo passará a ser injusto, e ninguém poderá mudar sua mente, a não ser você mesmo.

Procure entender com o coração e se o "julgar" ainda existir, ali estará o perdão. Ou melhor, não julgue nada, nem mesmo perdão terá de existir...nem dor...nem culpa...nem ódio...nem sofrimento!








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